domingo, 1 de novembro de 2009

E esse tal biocombustível?


Como é bastante divulgado, o Brasil tem um enorme potencial em relação à produção de energias renováveis, como a eólica, a solar, os biocombustíveis, entre outros. Contudo, todo o debate acerca da utilização dessas novas fontes de energia se limitam a saber qual a que menos lança CO2 na atmosfera, o que é um claro reducionismo e, no senso comum, essas novas formas de origem energéticas são, praticamente, postar num altar. Mas, gostaria somente de comentar sobre a produção de biocombustíveis.

Com a demonização do petróleo (relativa, vide a questão do pré-sal), vimos, de uns 3 anos para cá, aumentar bastante a intenção de produzir energia a partir da plantação de algumas culturas, como a cana-de-açúcar, o milho, a soja, mamona, entre outros.

Muito se fala dos benefícios ambientais que teríamos com a gradativa substituição do petróleo (como combustível) pelos combustíveis de origem vegetal que chegamos a pensar que essa “nova” – para o mundo, não para nós – fonte de energia é a salvação do mundo contra o aquecimento global antropogênico. Benefícios esses que são, principalmente, a menor emissão de gases estufas na atmosfera.

Mas, agora, deixando de lado os “benefícios” do que os “prejuízos” desse tipo de produção de energia, finalizo o post com um questionamento: como considerar essa energia como limpa e fazer tanto marketing sobre ela se a mesma causa, entre outras coisas, intensificação das monoculturas; degradação dos solos pela intensa exploração; grande utilização de agrotóxicos; a prática de queimadas; aumento do desmatamento e o avanço para áreas no Cerrado e na Amazônia; destinação de produtos que eram pra alimentação para produção de energia; aumento dos preços dos alimentos (como ocorreu um tempo atrás por causa de uma atitude dos EUA); intensificação das relações de conflitos no meio agrícola; manutenção de um sistema agrário colonial, etc.?

Fonte: Blog E esse tal meio ambiente?

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