sexta-feira, 12 de junho de 2009

Hipermercados boicotam carne bovina ilegal

Após a divulgação do relatório “A Farra do Boi na Amazônia”, do Greenpeace, três grandes redes de supermercados do país – Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar – decidiram suspender a compra de carne bovina proveniente das fazendas apontadas pelo documento da ONG como responsáveis pelo desmatamento na Amazônia



O Greenpeace divulgou, no dia 1 de junho, documento que apontava como grandes marcas internacionais e o próprio governo brasileiro contribuem para o desmatamento da Amazônia. (Leia a reportagem: Greenpeace denuncia a “farra do boi”).

O relatório, denominado “A Farra do Boi na Amazônia”, teve grande repercussão e o próprio Ministério Público Federal do Pará – ao constatar que havia frigoríficos no Estado que distribuíam produtos bovinos provenientes de tais fazendas – encaminhou uma recomendação às 75 empresas que compram essas mercadorias, pedindo para que suspendessem as relações comerciais com os frigoríficos.

As primeiras a atender ao pedido foram três grandes redes de supermercado do país. No dia 8 de junho, durante uma reunião realizada na Abras – Associação Brasileira de Supermercados, o Carrefour, Wal-Mart e Pão de Açúcar anunciaram que irão suspender a compra de carne bovina proveniente das fazendas denunciadas pelo relatório do Greenpeace.

As empresas ainda prometeram adotar outras medidas que ajudarão a inibir a ação dessas fazendas. Entre elas estão:
- a notificação dos frigoríficos com os quais estabelecem relações comerciais, para que deixem de comprar carne das fazendas ilegais,
- a exigência do “Guia de Trânsito Animal” nas notas fiscais dos frigoríficos e, ainda,
- a solicitação de um plano de auditoria independente e de reconhecimento internacional, para garantir que os produtos que comercializam não são procedentes das áreas de devastação da Amazônia.

A iniciativa do setor supermercadista animou os representantes do Greenpeace. “Esta decisão expressa a opinião do consumidor final, que não quer comprar a destruição da Amazônia. Agora, é a vez dos frigoríficos que atuam na floresta assumirem sua responsabilidade de não mais comercializar gado de fazendas que desmatam”, disse André Muggiati, coordenador da campanha de pecuária da Ong.

Ainda segundo a Ong, o Ministério Público Federal pretende ampliar as ações de combate ao desmatamento provocado pelo setor pecuário e, assim, tomar atitudes semelhantes à do governo do Pará em outros Estados brasileiros onde também ocorre a devastação da floresta, como Amazônia, Mato Grosso e Rondônia.

Fonte: Planeta Sustentável