sábado, 25 de abril de 2009

Energias Alternativas e Obama



Obama faz pressão por energia renovável e regras sobre emissões

NEWTON, ESTADOS UNIDOS - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na quarta-feira que seu país deve liderar na questão de energias renováveis, e pressionou o Congresso a estabelecer limites para as emissões de gases do efeito estufa, o que seria crucial para as atuais negociações climáticas globais. [...]

Estadão, 22 de abril de 2009


Obama anuncia plano para energias alternativas

Presidente diz que energia eólica pode gerar até 20% da demanda de eletricidade dos EUA até 2030.


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira, quando se comemora o Dia da Terra, um plano para aumentar a geração de energia alternativa no país.
O plano apresentado pelo presidente prevê o uso de áreas de litoral para gerar eletricidade a partir do vento, de ondas e de correntes oceânicas.
Segundo Obama, a medida vai ajudar a reduzir as emissões de carbono e combater o aquecimento global, além de criar empregos.
O presidente disse que a energia eólica pode gerar até 20% da demanda de eletricidade dos Estados Unidos até 2030. [...]


Estadão, 22 de abril de 2009

Energias Alternativas

Projetos para combater o aquecimento global e os Estados Unidos nunca se combinaram. Pelo menos na "Era Bush". Mas finalmente ele saiu, e entrou ELE: Barack Obama.
Finalmente, com a saída do "presidente" Bush, a maior economia do mundo, resolveu se voltar para um dos principais e mais urgente assunto da atualidade: o aquecimento global. Finalmente o maior consumidor de petróleo do mundo, resolveu se voltar para energias mais limpas. Isso sim é a mudança. Mas muito ainda tem de ser feito.
"A escolha que temos não é entre salvar o nosso meio ambiente e salvar a nossa economia, é uma escolha entre a prosperidade e o declínio", disse Obama. A "crise" está ai para ser superada, mas não do jeito "capitalista de ser", e sim do jeito "sustentável de ser". O meio-ambiente é nossa base, e se ele é destruído, nós também somos destruídos.
Todos só veêm o lado ruim da crise, ou melhor a mídia só nos passa o lado ruim da crise, mas devemos ver o outro lado, usar nossa inteligencia para ver com nossos próprios olhos os problemas e não acreditar em tudo o que a mídia fala. Os acontecimentos estão ai, todos à nossa volta, mas se você aceitar o sensacionalismo e a hipocrisia dos grandes, você ficará cego. Ninguém informa que após o início da crise houve uma verdadeira corrida pelas empresas para se tornarem ambientalmente corretas. Ninguém informa que após a crise surgiram novas idéias, novos movimentos, novas mentalidades... Eles gostam de trabalhar com o medo e com isso nos controlam. Acordemos amigos, e nos livremos dessas amarras.
A crise existe? É claro. Mas a crise verdadeira não é o que é passada na televisão, jornais e rádios . A crise verdadeira é a mudança. A crise verdadeira tem uma causa: é insustentável existir um sistema como o atual. A crise verdadeira é parte da mudança. A a crise verdadeira tem um objetivo, e nós só veremos se deixarmos de ser materialistas e vermos as coisas de uma visão mais ampla. Isso inclui eu e você. Todos!
Então, sigamos em frente e todos façamos "a pequena parte de cada um".

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Salvar o Planeta. É Agora ou Agora! - Dia da Terra 22 de Abril


Salvar o Planeta. É Agora ou Agora! - Greenpeace


Novos videos de divulgação da campanha do Greenpeace contra o aquecimento global que usando a tecnologia do Youtube, mostram as consequência do aquecimento do planeta.





domingo, 19 de abril de 2009

O novo índio brasileiro - Dia do Índio 19 de Abril

André Baniwa é índio, militante e vice-prefeito de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Ele é um exemplo de que os limites culturais entre os indígenas e a sociedade ocidental têm se transformado e defende que só a educação é capaz de garantir a qualidade de vida das futuras gerações indígenas. Enquanto acesso a tecnologia e a universidades fazem parte da vida de alguns povos, outros enfrentam altas taxas de mortalidade infantil e sequer sabem o que é uma crise econômica. Afinal: o que é ser índio hoje?

Por Thays Prado


Indígena da tribo Tucumã Rupitá, nascido em 1971, no Alto Rio Içana, afluente do Rio Negro, André Baniwa só frequentou a escola porque seu pai não queria que suas crianças passassem pela mesma dificuldade que ele teve de entender o que estava acontecendo no mundo, porque coisas erradas aconteciam, com que intenção os homens brancos entravam em contato com os índios e os motivos que levavam o governo a tomar suas tantas decisões.


Anos mais tarde, quando os filhos começaram a sair da aldeia para continuar os estudos – André foi para Manaus cursar uma escola agrícola em regime de internato –, a saudade do pai acabou fazendo com que ele se arrependesse da escolha que fez, pois seu desejo era de que todos permanecessem na comunidade e contribuíssem ali.

Quando não teve mais recursos financeiros para continuar seus estudos na capital amazonense, André voltou para junto de seu povo – hoje, são cerca de seis mil indígenas Baniwa espalhadas por 80 aldeias – e, pelo fato de ter escolaridade superior à da maioria dos que haviam permanecido lá, inclusive alienados sobre seus direitos, acabou participando da OIBI – Organização Indígena da Bacia do Içana e entrando para o movimento indígena. Naquele momento, a discussão dos índios com a FUNAI – Fundação Nacional do Índio girava em torno da demarcação de terras.

Baniwa já foi presidente da associação local, lutou por saúde, educação e geração de renda para seu povo – fortemente submetido à exploração de patrões brasileiros e colombianos – e desenvolveu um modelo educacional e pedagógico para os povos Baniwa e Kuripaco, que chegou a ser objeto de estudo de universitários da Noruega. Para ele, a educação é a chave para melhorar a qualidade de vida dos índios. Ele também foi Conselheiro Municipal de Saúde, é membro da diretoria da FOIRN – Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro e, em 2008, se tornou vice-prefeito de São Gabriel da Cachoeira (AM), pelo Partido Verde.

Há quase oito anos, a arte dos índios Baniwa chegou a empresas de São Paulo como Tok Stok, Pão de Açúcar e Natura e a Universidade Federal do Amazonas abraçou um dos projetos da aldeia que valoriza a medicina tradicional indígena. Enquanto a universidade os orientava sobre políticas públicas e sistema de saúde, eles ensinavam o poder curativo das plantas.

Em homenagem ao Dia do Índio, Andre Baniwa conversou com o Planeta Sustentável e nos fez refletir sobre os novos limites culturais e de informação entre os indígenas e a sociedade moderna ocidental. Ao mesmo tempo em que muitos têm acesso a universidades e tecnologias, a mortalidade infantil entre eles está bem acima da média nacional. Se, por um lado, eles têm consciência de que as mudanças climáticas são uma realidade, a metade deles sequer sabe que o mundo passa por uma forte crise econômica. A diferença entre os povos indígenas compõe o cenário de diversidade – e de desigualdade – presente em todo o território nacional e nos leva a questionar: afinal, o que é ser índio hoje?

Ao mesmo tempo em que existem índios como você, que interagem com a sociedade ocidental e participam ativamente dela, cerca de metade dos povos indígenas ainda permanece isolada do contato com os brancos. É possível estabelecer essa interação e ao mesmo tempo preservar a identidade?
Nós entendemos que hoje a realidade é diferente. O Rio Negro tem mais de 300 anos de contato com a sociedade ocidental. Muitas tradições já deixaram de ser usadas e precisam ser fortalecidas, mas não acabaram, elas estão na memória. Eu sempre digo aos antropólogos que, hoje, já não é possível viver só do que é nosso, precisamos dos conhecimentos do ocidente, assim como dos nossos conhecimentos. Estamos interessados em tecnologias, em conhecimento que vem de fora, em aprender o que é o nosso direito. No Rio Negro, muitas lideranças estão lutando por isso e não é desejo desses povos viver isolados. O sentido é vivermos juntos, um respeitando o outro, isso é mais importante.

No meu município, que já é centenário, 95% da população é indígena, mas não são os indígenas que têm gerenciado o local. Com o contato que tivemos com os colonizadores, o que vem de fora é que tem sido valorizado. Agora estamos conscientes e decididos que, por mais que sejamos diferentes, temos nossa cultura e queremos ter oportunidades de mostrar o indígena, de trabalhar, coordenar e dirigir a comunidade. A tentativa é, cada vez mais, tirar a imagem negativa que se tem sobre os índios e adequar as políticas públicas.

Você luta muito pela questão da saúde indígena, essa ainda continua sendo uma questão grave do contato dos brancos com os índios?
O que fica bem claro nessa área da saúde é que os serviços não estão organizados, não há infraestrutura suficiente para trabalhar na prevenção, mesmo de doenças já conhecidas no Brasil. Ainda temos índices altos de mortalidade infantil, acima da média nacional. Estamos trabalhando para que a medicina ocidental e a tradicional andem juntas.

Quais são as grandes ameaças atuais aos povos indígenas?
A ameaça constante não está localizada aqui, está em Brasília, no Congresso Nacional, quando vemos deputados anti-indígenas querendo rever os direitos dos índios. Hoje, as terras demarcadas indígenas são uma das únicas maneiras de garantir a preservação da floresta e evitar essa crise ambiental mundial, o aquecimento global e as mudanças climáticas. Nós precisamos divulgar essas coisas boas dos indígenas, porque isso é a garantia de sobrevivência das futuras gerações.

Você usa termos como aquecimento global, mudanças climáticas e crise ambiental. Os indígenas estão conscientes destas questões que preocupam o planeta?
A gente está consciente de que essas coisas acontecem, isso também está presente nas nossas mitologias. Nesse âmbito de aliança pelo clima, desenvolvemos projetos que hoje estão sendo reconhecidos e divulgados pelo Brasil como políticas de boas práticas. Agora no dia 18 de abril, um seminário vai reunir a comunidade científica e os pajés para conversar sobre qual é a visão dos povos indígenas sobre as mudanças climáticas e o que dizem os cientistas. A partir desse diálogo vamos pensar na política pública do estado e dos municípios.

A maneira como vocês lidam com a natureza pode ser uma boa lição para o planeta...
É verdade. Nosso conhecimento vem da natureza, nós entendemos que ela é fonte de sabedoria, de tratamento. Ela tem um espírito. Pedra, peixe, floresta, água, cada um desses seres tem vida. E os povos indígenas se preocupam em fazer manejo. A mensagem que queremos deixar para o mundo inteiro é que se a sociedade explora a natureza sem um planejamento de uso sustentável dos recursos naturais, não haverá outro destino senão esse de que o mundo está indo para um abismo sem volta. As histórias da ciência, da Bíblia e da nossa mitologia têm demonstrado isso. Todos devem parar de pensar em si próprios, sem se interessar com quem vem depois. E depois vêm os filhos, os netos e as gerações que continuam. Isso deve ser pensado antes de mexermos com a Terra.

Segundo a FUNAI, dos 230 povos indígenas que existem no país, pelo menos a metade vive quase que exclusivamente de caça e pesca. Enquanto isso, o mundo vive hoje uma crise financeira. Como você enxerga essa diferença de realidade?
Os povos indígenas têm realidades diversas entre si. No mapa do Brasil, existem povos com pequeníssima reserva de terras, como o povo Guarani e os Serenas, que vivem no Centro Oeste e no Sul do país. Eles enfrentam problemas sérios nessas situações. Já na Amazônia, muitos lugares não dependem do dinheiro e, sim, dos recursos naturais para sobreviver, então para eles a crise econômica não tem sentido.

E o nosso conceito de pobreza é diferente. Por mais que não tenham calçado, camiseta, uma série de coisas, o índio decide em que hora vai brincar, quando vai trabalhar, quando vai descer para andar na praia... A vida é completamente diferente, mais tranqüila, não existe problema de agenda. Eu conheço essa realidade e hoje que estou na gestão da prefeitura, vejo que essa vida simples é muito melhor.

Atualmente, a população indígena cresce mais do que a média nacional. Ao mesmo tempo, 5 mil índios frequentam universidades e já existem 20 mil professores indígenas. Que tipo de preocupações precisamos ter em termos de cuidados com as futuras gerações indígenas?
A educação é uma de compreensão nossa sobre o que é o mundo, sobre como tratamos dos nossos direitos, como cuidamos das pessoas. É um caminho que nos ajuda a nos defendermos melhor e quando compreendemos o Estado brasileiro, certamente saberemos propor mudança para vivermos melhor. Somos indígenas e somos brasileiros e não é preciso deixar de ser nem um nem outro.

E o que é ser índio hoje?
Ser índio é conhecer a própria cultura, as tradições e manter sua identidade, sem deixar de conhecer o Estado brasileiro, a cultura e a tradição da nação. Assim, a pessoa fica mais fortalecida culturalmente. Queremos ter uma vivência intercultural do país e ser respeitados. Apesar de a lei dizer isso, a prática é bem mais difícil.

O que poderia ser feito para que os índios fossem incluídos na sociedade em que vivemos sem perder sua identidade?
Inclusão é uma forma de dizer, em outras palavras, integração. Parece que ser pobre é um problema para o Estado e para o sistema. É como se eles dissessem “aqui é melhor, vocês têm que vir para cá”, e não é esse o sentido. Corremos esse risco o tempo inteiro. Mas eu acho válida a tentativa do Brasil de cuidar de seu povo. Nossas tradições precisam continuar e a palavra certa é respeito.

Fonte: Planeta Sustentável 17/04/2009

Pela liberdade dos índios - Dia do Índio 19 de Abril

O sertanista e indigenista Carlos Meirelles dos Reis Júnior fala sobre sua experiência na região do rio Envira, onde vivem índios isolados do contato com a sociedade, e alerta sobre a intensa atividade madeireira no Peru e a chegada de garimpeiros, que têm provocado a fuga de algumas etnias brasileiras

Por Felipe Milanez e Maria Emília Coelho


A discreta cicatriz entre a barba e a bochecha esquerda concentra um pouco da história do sertanista José Carlos Meirelles dos Reis Júnior. Ele ganhou a marca nas águas do rio Envira, no oeste do Acre, em julho de 2004. Índios isolados lançaram flechas contra Meirelles enquanto ele pescava. Uma delas penetrou em sua face e saiu no pescoço. Meirelles correu. Mas o único tiro que deu com a arma que levava na mão foi para o ar - um grito de socorro para seus funcionários. No posto da Funai, ele pediu resgate ao Exército. Seis meses depois, recuperado, estava de volta à ativa.

Não é dos índios, contudo, que vem a ameaça que mais o faz temer. Conflitos ainda piores se anunciam. Com a intensa atividade madeireira no Peru e a chegada de garimpeiros atrás de ouro, algumas etnias estão em fuga no território brasileiro protegido por Meirelles. Dos quatro povos isolados que se estima existirem na região, três foram fotografados em uma expedição aérea de fiscalização realizada há um ano. As imagens rodaram o mundo. Mas pouco se falou sobre as ameaças reais à sobrevivência desses indígenas. Com o aumento da pressão humana em torno das reservas, diz Meirelles, "infelizmente, o destino dos índios isolados não está nas mãos deles".

Quanto tempo ainda os índios isolados vão ter para escolher o momento de iniciar um contato com nossa sociedade?
Depende da pressão que eles sofrem em cada local. No caso da região do rio Envira, onde atuo, espero que ainda haja um bom tempo antes que aconteça esse contato inicial. A pressão sobre eles agora não é mais brasileira, ela vem do Peru, o que gera um problema novo para nós resolvermos. Creio que nestes últimos anos os índios descobriram, no caso particular dos entornos do rio Envira, que nós, da Frente de Proteção Etnoambiental Envira, da Funai, somos vizinhos diferentes daqueles que eles tiveram no passado e que os caçavam. Não nos temem como temiam seringueiros, madeireiros e garimpeiros. Já não mascaram tanto os vestígios quando andam perto de nossas bases, o que não significa, creio, que haja uma intenção de contato. Temos de ficar atentos a pressões externas e aos sinais que esses povos nos dão para que o futuro contato, se ocorrer um dia, seja o menos traumático possível para eles.

Um ano atrás, foram divulgadas fotografias feitas em uma expedição aérea coordenada pelo senhor. Quais são as conclusões desse trabalho?
O principal é que a terra deles foi demarcada sem nenhum problema, como era o nosso objetivo ao realizar o voo de reconhecimento. As fotos são do grupo que vive na cabeceira do rio Humaitá e nos igarapés da margem esquerda do rio Envira, em território brasileiro. Entretanto, outras fotos do mesmo sobrevoo nas quais aparecem duas malocas dos isolados do igarapé Xinane, oriundos do Peru, foram encaminhadas à Funai para pesquisa. Essas malocas não existiam em 2004, quando sobrevoamos a mesma região. A importância da divulgação é que as imagens podem ajudar a proteger esses povos. A opinião pública tem de entender que tais índios existem, e que temos o dever de garantir o direito deles de permanecer isolados.

Uma vez o senhor foi flechado e por pouco não morreu. Como é a aproximação desses indígenas do posto da Funai?
Eu já vi um bocado de índios da etnia masko piro, que andam pelas cabeceiras do Envira no verão. Uma vez a gente se encontrou sem querer pelas praias e eles correram atrás de nós. Outra vez eles apareceram lá mesmo no posto. Foi em 2004. Mais de 100 homens desse grupo invadiram a casa, mexeram em tudo e foram embora. Mas não levaram nada. Além deles, um outro grupo, o que aparece nas fotos divulgadas apontando flechas para o avião, uma vez invadiu a base e colocou fogo nos telhados. Havia dois trabalhadores no local, e eles tiveram de fugir, à noite, de barco. A ordem, quando acontece uma coisa dessas, é que todos no posto partam imediatamente. A gente tem um barco com motor, com combustível, sempre preparado para uma fuga de emergência.

Logo no início da carreira o senhor fez os primeiros contatos com o povo awa-guajá.
Essa história de que é o sertanista que faz o contato com o índio tem de ser revista. Na verdade, é sempre o índio quem faz o contato. É ele que vai até o branco. Chega uma hora em que o território está tão pressionado que eles não têm mais para onde correr. Foi o que aconteceu com o povo awa-guajá, que estava espremido pelos urubu-caapor e guajajara e pelos arrozeiros que não paravam de chegar ao Maranhão. Os awa-guajá do rio Turiassú fizeram contato com um caçador chamado Antônio Raposo, em 1972, e em 1973 conosco, da Funai, nas cabeceiras do Turiassú. Eles estavam acuados.

Como se dá a aproximação entre culturas tão diferentes?
O contato é uma coisa maluca. Você está no mato e de repente avista três índios pelados te olhando. A comunicação tem de ser por mímica. Depois, os índios encontram todas aquelas coisas que não existem no universo deles, mexem em tudo... Nunca fomos preparados para lidar com essa situação. Eles sofrem dois impactos depois do contato. Primeiro vem a doença. Até criarem resistência, mais da metade já morreu. Outra violência sobre eles é psicológica: nossa tecnologia muda a vida deles radicalmente. É como dar um pulo de 10 mil anos em uma semana. Muitos grupos têm de repensar a própria cosmologia porque veem que aquilo que o pajé falou não é bem assim. Os awa-guajá pensavam que nuvem fosse fumaça de fogo. Mas depois andaram de avião e viram que a história estava errada.

E como é possível controlar essa situação do pós-contato?
Depois do contato o índio vai se relacionar com o "beiradão", ou seja, aquela gente que vive na beira do rio, na fronteira de colonização, uma terra sem lei: a prostituta, o cachaceiro, o madeireiro, o garimpeiro. Não é com um grupo seleto de antropólogos que ele vai conviver. Não é com o pessoal que faz passeata no Rio de Janeiro a favor da Amazônia, com as moças bonitas de Ipanema. Ele vai descobrir de cara o que há de pior na sociedade, concentrado nessas fronteiras. Por isso, a primeira coisa que se deve dar é tempo pra que se adapte às novidades. Junto a isso tem de vir o cuidado com a saúde, pois os índios não têm resistência às doenças que para nós são corriqueiras.

Como era a situação dos povos indígenas no Acre quando o senhor chegou, nos anos 1970?
Quando ali cheguei, em 1976, vi os índios "trabalhando" como seringueiros para os patrões da borracha, e em alguns lugares ainda se faziam as "correrias" (expedições de caça aos indígenas organizadas por seringalistas). Era um regime de escravidão. Para conseguir reverter essa situação, tivemos de oferecer uma alternativa econômica para eles deixarem os seringais. Criou-se um sistema que operava com cooperativas de trabalho. A ajuda financeira possibilitou que eles se organizassem para lutar por suas terras. No rio Iaco, onde trabalhei com os manchineri e os jaminawa, os índios saíram do seringal Petrópolis e foram para um local que hoje se chama Extrema, onde foi criado um posto da Funai. Fizemos a primeira proposta de demarcação do território deles, que quase dez anos depois foi concretizada na Terra Indigena Mamoadate. Isso aconteceu com a maioria dos índios do Acre até quase todas as reservas serem demarcadas.

Em duas décadas na Frente Envira, o que ainda falta fazer?
Já demarcamos três terras indígenas, a Kampa e Isolados do Rio Envira, a Alto Tarauacá e, no final do ano passado, a Riozinho do Alto Envira. O objetivo daquela expedição aérea era verificar a localização dos índios para que essa demarcação física não passasse perto de suas aldeias. Essas três terras somam mais de 600 mil hectares que se estendem ao longo do paralelo 10 graus, fronteira do Brasil com o Peru. A Frente Envira protege quatro povos isolados. Três de etnias ainda desconhecidas que vivem em território brasileiro. E os masko piro, um povo nômade que circula entre a fronteira do Brasil com o Peru.

Tais povos estão protegidos nesse território?
O problema é que agora a gente não depende só da política do Brasil. A exploração ilegal de madeira na fronteira peruana está provocando um processo de migração forçada de outros grupos para as florestas do Acre. Índios isolados estão vindo do Peru para o Brasil, expulsos pelos madeireiros, cuja mão de obra é indígena. São índios aculturados que matam os isolados na floresta, com bala e chumbo. Os isolados do Peru vêm para o Brasil e encontram índios daqui que são parentes desses que atacam eles lá, como os kampa. Isso gera um conflito territorial.

Há indícios de que a Rodovia Transoceânica, que liga Rio Branco, no Acre, ao litoral peruano, afetará esses indígenas?
A rodovia vai, em longo prazo, afetar os indígenas isolados, pois aumentará a pressão e a exploração sobre seus territórios. Pequenos produtores e extrativistas serão deslocados de suas terras e não terão opção senão invadir a terra dos índios isolados à procura de caça, peixe e, principalmente, madeira. Vi esse filme no Maranhão, com a BR-314, que vai de Teresina a Belém. Então, o fim da história é conhecido. Não é a estrada em si, mas seus efeitos colaterais, que não são controlados.

Missões cristãs contataram povos isolados no passado. Como o senhor analisa a presença dos missionários nas aldeias?
Missionário contata índio pra salvar sua alma. Não se preocupa com a terra e imbeciliza os índios. O proselitismo religioso é uma das piores pragas que se pode imaginar para os índios. Se as missões e as ONGs querem ajudar os isolados, que entendam que eles devem ter o direito de permanecer isolados, de ter sua religião. Sua alma não precisa de salvamento.

O senhor está aposentado mas segue em atividade. Como serão as novas gerações de sertanistas?
Na Amazônia, está tudo em extinção: a floresta, os índios e os sertanistas. O ultimo curso que a Funai fez para indigenista foi em 1985. Nossa geração está ficando caduca. Quem vai continuar esse trabalho? Nós temos 70 referências de povos isolados no Brasil, trabalhamos em 22 delas, mas as outras precisam ser checadas. Quem saberá andar no mato para ver se o índio passou por ali? Novas tecnologias ajudam, mas não se pode monitorar a área ocupada pelos isolados via satélite ou por avião. Isso demanda um longo processo, anos de andanças na mata. Esse é um dos trabalhos do sertanista e de seu grupo de mateiros. Ainda não somos totalmente descartáveis.

Fonte: Revista National Geographic - 04/09

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vozes do Clima - Mudanças climáticas atingem cidades brasileiras



De alguns anos para cá, o mundo passou a falar cada vez mais de aquecimento global: a elevação dos níveis dos oceanos, o surgimento de desertos, o aumento de furacões, tufões e ciclones, são notícias em todos os jornais. Mas quais são as consequências no Brasil?

É isso que a nova série do Fantástico vai discutir em seis semanas. Se as mudanças climáticas parecem ainda distantes de todos os brasileiros, isso é apenas uma impressão.

A renovação espiritual da humanidade está acontecendo agora

Presenciamos atualmente o nascimento de um novo mundo. A luz de uma nova esperança chega à consciência das massas, preparando todos para a união.
O ano de 2009 será repleto de desenvolvimentos estimulantes em todos os setores da vida, de modo que mudanças significativas e duradouras possam ser feitas. É aconselhável manter-se um observador(a) informado(a), sem se deixar arrastar emocionalmente pelos eventos.
Durante milênios, todas as atividades políticas e religiosas têm sido negativas e projetadas para manter a maioria das pessoas prisioneiras das sombras. Através do medo as forças controladoras manipulam as escolhas de livre-arbítrio das massas. Atualmente, muitos temem as previsões de desastres; é aconselhável, porém, ignorar tais mensagens, não entregando a elas a sua energia.

Os desastres acontecem apenas àqueles que não se alinham com a luz; quanto mais pessoas começarem a desejar um mundo de paz e harmonia, mais rapidamente as sombras se desintegrarão.
Chegou a hora de transformar o passado, incluindo experiências de relacionamentos mal entendidos. Decida simplesmente retornar à paz.
O despertar é um processo individual no qual descobrimos habilidades e valores em nós mesmos dos quais não tínhamos consciência anteriormente. Quando esses predicados são aplicados em nossas experiências diárias, ajudamos a implementar o processo de reforma. Desse modo podemos participar na promoção do progresso.
É uma questão de sintonia com as forças de orientação interiores.
Foi necessário que a humanidade passasse, no decorrer do seu processo de despertar, por um período de ´tentativa e erro`, para que pudesse aprender o discernimento. Quando a mente estiver treinada a abrir-se à voz do coração, as experiências serão bem mais criativas, espontâneas, cooperativas e emocionalmente recompensadoras. A pergunta é, então: o quanto somos livres?
O livre-arbítrio é um princípio universal. Trata-se de um conceito não muito bem compreendido. Há pouca experiência de livre-arbítrio em nosso mundo, por causa da programação cultural, pressões econômicas, rituais, hábitos, etc. Contudo, o livre-arbítrio está ao alcance de todos. Refere-se à escolha da atitude que uma pessoa assume nas experiências que atrai de momento a momento em sua vida. Por exemplo, quando algo acontece, a reação a esse evento é amplamente determinada pelo condicionamento que a pessoa recebeu e pelas características de sua personalidade, que é desenvolvida em parte por condicionamentos astrológicos, genéticos e psicológicos.
Essas energias, somadas às pressões ambientais, fazem de nós aquilo que somos, ditando as reações e as escolhas que fazemos ao nos expressarmos no que diz respeito a nossas experiências. São os condicionamentos que fazem de nós o que somos, e são os condicionamentos que escolhem por nós. Há, no entanto, uma área onde temos livre-arbítrio. Trata-se de nossa capacidade de escolher evoluir e viver uma vida livre das programações, confiando que o coração guie nosso processo de vida.
Exercitar nosso livre-arbítrio é a experiência de felicidade. Contudo, o livre-arbítrio depende do conhecimento que temos de nosso próprio poder. A felicidade depende do amor que damos e recebemos. Para conhecermos a verdade, devemos encará-la sem a interferência do filtro de nossas crenças. O que parecia impossível em nossa história, muitas vezes tornou-se possível. Nosso futuro será ainda mais surpreendente à medida que descobrirmos o pior e o melhor.
Ao tomarmos decisões baseadas no livre-arbítrio e gerenciarmos nossos próprios assuntos, poderemos atingir a maturidade espiritual e mental por nossa conta. Isto é evoluir. A evolução somente é interrompida devido à falta de desejo de unificação, à ignorância, à indiferença e ao medo.
A maioria das pessoas pensa em termos de prosperidade material e assim acumula somente objetos quando, na verdade, o que importa é nos tornarmos seres conscientes.
O objetivo é de se unir e realizar um projeto comum em que todos os povos e culturas possam, por sua vez, se unir e curar as energias sombrias que nos mantêm separados. A liberdade é construída dia após dia, à medida que nos tornamos conscientes de nós mesmos e do ambiente em que vivemos. Nossa história até aqui é de guerras entre culturas e entre pessoas, sendo as conquistas sempre em detrimento dos outros.
Muito embora cada um de nós, enquanto filho da luz, tenha muitas qualidades e capacidades potenciais, são poucos os que podem exercê-las com dignidade, devido à falta de educação útil.
A educação e as condições da vida diária, incluindo a vida animal e vegetal, são controladas pelos representantes políticos, financeiros, militares e religiosos, forçando a maioria das pessoas a se tornar escrava de um sistema cruel que oferece riqueza para poucos e pobreza para muitos.
Quando as verdadeiras regras do jogo forem conhecidas, entenderemos que não se trata absolutamente de vencermos os outros, mas sim de conquistarmos a nós mesmos. O número de pessoas que começaram a despertar cresce diariamente e intenções cooperativas amorosas mostram uma atitude diferente para com a vida. Simultaneamente, porém, um trabalho de sabotagem é conduzido inteligentemente para sufocar esse serviço amoroso dirigido aos outros.
Não é fácil exercer o livre-arbítrio, pois é pesadamente bloqueado e manipulado pelos que querem a todo custo impedir que as nações deste mundo cheguem à paz e se unam umas às outras; as sombras obtêm sua força pela sua capacidade de criar a desconfiança e o medo.
Essas energias ferem nossa verdadeira natureza.
Tornando-nos conscientes da dádiva inestimável do livre-arbítrio, somos motivados a buscar um ponto de vista alternativo, mais holístico em relação à vida, onde aprendemos a ciência da interação construtiva e, consequentemente, entendemos melhor a consciência.
Cada um de nós é convidado a participar e fazer um esforço consciente para construir o mundo que deseja. A indiferença constitui uma negação do livre-arbítrio.
Quando sabemos que somos nós a criar nossa realidade com nossas intenções e pensamentos, logo procuramos limpar aqueles pensamentos que não são saudáveis, já que eles podem, de fato, criar uma situação incômoda para nós.
Quando finalmente avançarmos para uma consciência superior, o mundo será definitivamente baseado no reconhecimento.

Robert Happé
Autor da “A Consciência é a Resposta”
www.roberthappe.net

sábado, 11 de abril de 2009

Água e olhos fechados


Em pleno século XXI, época de gigantescos avanços científicos e tecnológicos, torna-se impossível conviver com uma atitude tão primitiva e irracional: a destruição de nosso bem mais precioso, a água.
São indústrias que jogam seus detritos em rios, vazamentos em nossas casas, ou seja, o maior descaso com um elemento natural que garante a nossa sobrevivência.
A água é importante para tudo. Ela é o solvente universal e é importantíssima para o nosso corpo, transportando substâncias e fazendo a "manutenção" da temperatura dele, por exemplo. Ou seja, ela é um dos principais elementos que possibilitam a vida.
No entanto, nós humanos irracionais do século XXI, vivemos com os olhos fechados. Mesmo a Terra possuindo muita água, apenas 3% desse total é água doce. E qual é o local que mias poluímos? Qual local jogamos mais dejetos? Nas águas doces. Engraçado, não?
Independente da água doce corresponder àpenas 3% da água total, essa quantidade é mais do que suficiente para nós. São 40 milhões de quilometros quadrados de água doce no mundo. Então, como ainda morrem cerca de 1,5 milhão de pessoas por falta de água todos os anos? Como conseguimos conviver com esse fato? Nossa! É verdade! Havia esquecido! Nossos olhos estão fechados, voluntariamente ou involuntariamente. Então não conseguimos enxergar isso.
Porém, não devemos deixar de destacar a água salgada da Terra. Ela corresponde por 97% do total de água do planeta. Mas mesmo ela, com esse enorme tamanho, também está sendo atacada por nós. Principalmente pelos poluentes que despejamos nos rios e que seguem para os ocenos, mas também por pequenas atitudes nossas, como os lixos deixadas em praias.
Um dos casos mais preocupantes atualmente é um gigantesco depósito de lixo em pleno oceano Pacífico. É assustado, mas a área dessa "sopa" de lixo equivale a dois teritórios iguais ao dos Estados Unidos (Para ver a reportagem feita pelo Fantástico sobre o "Lixão do Pacífico", clique aqui).
O que estamos fazendo? Estamos loucos? Quando vamos abrir nossos olhos? Como vamos abri-los?
Se a situação atual não se modificar a água, em um futuro próximo, pode tomar a posição do petróleo, sendo um dos principais causadores de conflitos e guerras no mundo.
Mas podemos impedir isso. Juntos podemos fazer muito. Estão surgindo, em todos os cantos do mundo, milhares de "abridores de olhos". Basta apenas você querer abrir o seu.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Médicos Sem Fronteiras


Da Guatemala à Indonésia, do Haiti ao Camboja, do Rio de Janeiro à Mianmar: não importa o lugar, aonde existir populações em situação de fome ou passando por momentos de epidemia, catástrofes naturais e conflitos armados, vai haver uma equipe dos Médicos sem Fronteira no mundo disposta a ajudar.

Criada na década de 70 por médicos franceses, a iniciativa atua, hoje, em mais de 60 países ao redor do mundo, levando cuidados médicos, remédios e esperança às populações em situação de risco, além de dar um verdadeiro exemplo de cidadania para o resto do planeta.

São cerca de 3 mil profissionais, entre estagiários e empregados permanentes, que, durante um ano, abrem mão de suas vidas pessoais para se doar a comunidades carentes – e receber, em troca, inúmeras manifestações de gratidão.

Ao contrário do que o nome da ONG possa sugerir, os Médicos sem Fronteiras atuam em muitos outros ramos da saúde – entre eles nutrição, prevenção, água e saneamento e revitalização de hospitais e postos de saúde – e, também, em outras áreas profissionais, como a administrativa, de logística e até mesmo de comunicação e ciências sociais. (Para se inscrever como voluntário, clique aqui)

Médicos Sem Fronteiras
www.msf.org.br

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Hora do Planeta 2009




A Hora do Planeta 2009 foi um sucesso!
O simples ato de desligar a luz durante uma hora ganhou o mundo e uniu milhões de pessoas. Foram 3.943 cidades em 88 países!
E você que lutou para que o Brasil apagasse suas luzes na Hora do Planeta, não deixe apagar dentro de você a sua luta pelo planeta.
Continuemos fazendo nossa parte, porque só assim alcançaremos um mundo melhor.

Hora de Agir

“A Hora do Planeta 2009 foi um sucesso tremendo,” disse o diretor da Rede Internacional WWF, James Leape. “Se você participou da Hora do Planeta, nosso muito obrigado; sua participação tornou possível esse sucesso”.

“Independentemente de você ter ou não participado do evento, o trabalho continua. Durante os próximos seis meses, os líderes mundiais vão decidir como vão enfrentar esse desafio. E todos nós, juntos, precisamos garantir que eles façam a coisa certa”.

“Una-se a nós para levar essa luta da Hora do Planeta até dezembro, quando os líderes irão se reunir em Copenhagen para acordar uma solução para as mudanças climáticas. Juntos, nós podemos fazer com que esse problema seja resolvido”.

WWF-Brasil
www.wwf.org.br


sábado, 4 de abril de 2009

Chegou a hora de decidir: Mudar ou ficar na mesma

Estamos vivendo uma época bastante estranha. Muitas pessoas sentem desânimo, frustração e não encontram muito significado em alguns acontecimentos do mundo. Outras sentem uma diminuição de energia e até mesmo da saúde. O que está acontecendo?
Não dá mais par fazer de conta que não está acontecendo nada. Até mesmo o planeta está mostrando mudanças sérias na sua natureza e, consequentemente, vai nos obrigar a mudar a forma de como entendemos a palavra “evolução”. Na verdade, a Terra está se preparando pra uma nova forma, ou melhor, uma nova freqüência. E o que é exatamente isso? Nada mais é que um novo estilo de vida que nos obrigará a sermos mais cooperativos. Ou mais amorosos, que significa praticamente a mesma coisa.
A escolha é simples: vou continuar sendo mais materialista ou mais espiritual?
Chegou a hora de decidir. Pequenas mudanças vão começar a acontecer para estimular essa decisão, motivando as massas a escolherem um novo tipo de vida. Pense um pouco no sistema monetário de hoje, que privilegia a muito poucos. Você já deve saber, por exemplo, que o poder do dinheiro está nas mãos dos banqueiros. Nos últimos 10 anos, muitas pessoas começaram a descobrir que isso tudo está errado. Foi aí que muitos quiseram literalmente sair do sistema, o que visualizamos no movimento hippie.
Os valores atuais, baseados somente no lucro, vão mudar. Mas a mudança só ocorrerá quando uma grande quantidade de pessoas despertar.
Por isso a importância -agora-, da decisão.
É difícil reclamar de tudo isso. Mas é mais difícil ainda criar um novo sistema.
Entretanto, se você se conectar com a sua consciência superior (coração), pode perfeitamente viver a sua vida de acordo com o que acredita que é certo. Se emprestar dinheiro, pense na real importância de cobrar juros. Algumas pessoas cobram juros de seus próprios amigos! De qualquer forma, não deixe que o mundo mude você. Você também não precisa mudar o mundo. Você não precisa de sucesso. Precisa ser fiel a você mesmo. Fiel a quem você é. E não ser um robô do sistema. Faça o que seu coração manda. Seja fiel ao amor.
Nesse ponto fica uma pergunta: qual a diferença entre ilusão e realidade?
Se você não experimentar amor, você experimenta a ilusão.
A vida não é complicada. A mente é que complica tudo. Por isso é preciso aprender a equilibrar as energias. Primeiro, lembre-se que quando você tem consciência o tempo todo de como você se expressa, há equilíbrio. Se ninguém resistir á você, ou seja, se você expressa luz, há impacto em todos ao seu redor. Se você encontrar alguém com pouco entendimento, diminua um pouco a sua luz para não assustar o outro. É preciso eliminar a mania que muitos têm de viver em competição. Permita que as coisas venham para você como elas são, assim você equilibra naturalmente as suas energias. Permita que as pessoas sejam como elas são. Cada momento é novo. E durante esse momento nós precisamos ficar sensíveis e sem vontade de controlar.
É preciso definir melhor o que você quer da vida. É preciso mais foco.
A propósito, os relacionamentos são chaves para o despertar.
E -para terminar-, anote: sem confiança não há luz. Sem luz, não há vida.


Robert Happé
Autor do livro “Consciência é a resposta”
www.roberthappe.net